Reconocimiento, valoración y divulgación contable de los derechos de emisión de gases de efecto invernadero en Portugal, España y Francia

Abstract

Este estudio se enfoca en la transparencia de la información financiera sobre derechos de emisión asignados gratuitamente y las emisiones de gases de efecto invernadero (GEI) del Régimen del Comercio de Derechos de Emisión de la Unión Europea (RCDE UE). Las diferentes posiciones de reguladores, profesionales y referencias en la literatura sobre la necesidad de un informe financiero comparable, justifican el doble objetivo de este trabajo. Por un lado, la influencia reguladora y motivadora en la transparencia de la información financiera sobre los derechos de emisión y las emisiones de GEI; por otro lado, la influencia del nivel de transparencia en las medidas de performance. Con una muestra de 88 empresas registradas en los Planes Nacionales de Asignación de Portugal, España y Francia para el período 2008 a 2014, se observaron los informes financieros anuales y los informes de emisiones de GEI tomados del registro único de emisiones de la Comisión Europea. Los resultados obtenidos identifican una disparidad en las políticas contables adoptadas. La falta de prescripción y los aplazamientos consecutivos del “International Accounting Standards Board” (IASB) obstruyen mejores niveles de transparencia de la información financiera. Sin embargo, una performance ambiental menos favorable motiva estrategias para incluir “buenas y malas noticias” en la información financiera. La adopción del enfoque del Resultado Bruto produce un efecto modesto pero positivo en las medidas de performance basadas en la contabilidad. Pero el mercado valora positivamente la divulgación de los Enfoques Netos cuando las emisiones de GEI reportadas están por debajo de los derechos de emisión asignados gratuitamente. Este estudio contribuye a la literatura al agregar evidencia empírica sobre la transparencia de la información financiera y su relación con el desempeño financiero y las medidas de ecoeficiencia, proporcionando a los “stakeholders” información útil para la toma de decisiones.

This study focuses on the transparency of financial reporting on freely allocated emission allowances (EA) and greenhouse gas (GHG) emissions within the European Union Emissions Trading Scheme. The different positions held by regulators, professionals and the references in the literature on the need for comparable financial reporting, justify the twofold purpose of this work. On the one hand, regulatory and motivational influences on the transparency of financial reporting on EA and GHG emissions; on the other hand, the influence of the level of transparency on financial performance indicators. Based on a sample of 88 companies registered with the Portuguese, Spanish and French National Plans of Allocation, for the 2008-2014 period, data collected from the annual reports and the reported GHG emissions to the European Commission were analysed. The results show a variety of adopted accounting policies. The lack of specific regulations and consecutive postponements by the International Accounting Standards Board have obstructed better levels of transparency of financial reporting regarding EA and GHG emissions. However, a less favourable environmental performance, motivates strategies to include “good and bad news” in financial reporting. The adoption of gross approaches produces a modest but positive effect on accounting-based performance indicators. Nevertheless, the market seems to consider positive the disclosure of net approaches when the reported GHG emissions are below EA. This study contributes to the literature by adding empirical evidence on the transparency of financial reporting and its relation to financial performance and eco-efficiency measures, providing stakeholders with important information for decision making.

Este estudo incide na transparência do relato financeiro sobre licenças de emissão atribuídas gratuitamente (LEAG) e emissões de gases com efeito estufa (GEE), provenientes do Comércio Europeu de Licenças de Emissão. As posições díspares dos reguladores, dos profissionais e as referências na literatura sobre a necessidade de um relato financeiro comparável, justificam o duplo objetivo deste trabalho. Por um lado, a influência regulatória e motivacional na transparência do relato financeiro sobre licenças de emissão e emissões de GEE; por outro lado, a influência do nível de transparência, em medidas de desempenho. Com base em uma amostra de 88 empresas, registadas nos Planos Nacionais de Licenças de Emissão português, espanhol e francês, no período de 2008 a 2014, observaram-se os dados dos relatórios financeiros anuais e o relato das emissões de GEE à Comissão Europeia. Os resultados obtidos identificam uma disparidade nas políticas contabilísticas adotadas. Obtém-se evidência empírica que a lacuna e os adiamentos consecutivos de prescrição específica pelo “International Accounting Standards Board” prejudicam a transparência do relato financeiro. Porém, face a desempenhos ambientais menos favoráveis, verificam-se estratégias de inclusão de “boas e más notícias”. A adoção de abordagens brutas produz um efeito modesto, mas positivo, nas medidas de desempenho baseadas na contabilidade. Não obstante, o mercado parece valorizar positivamente a divulgação de abordagens líquidas quando o relato das emissões de GEE indica estarem abaixo das LEAG. Este estudo contribui para a literatura adicionando evidência empírica sobre a transparência dos relatórios financeiros e a sua relação com medidas de desempenho financeiro e de ecoeficiência, capacitando os “stakeholders” de informações úteis à tomada de decisão.