Impacto da pandemia, por SARS-COV-2, no acesso aos cuidados de saúde primários

Abstract

La pandemia del SARS-CoV-2 ha cambiado la dinámica en el área de la salud. Buscando frenarlo, combatir un estado de calamidad pública y proteger y reducir el número de pacientes hospitalizados en unidades de cuidados intensivos, se crearon ciertas situaciones excepcionales. Se restringió la libertad de circulación y se reorganizó el sistema de salud, lo que implicó, entre otras cosas, la postergación de las consultas no urgentes. En vista de lo anterior, se realizó un estudio con el objetivo de verificar el impacto de la pandemia en el número de consultas realizadas y en el cumplimiento del programa de detección de cáncer de la atención primaria de salud portuguesa. Se realizó un análisis comparativo de los resultados obtenidos, para cada uno de los indicadores, en 2019 y en 2020. Los datos obtenidos permitieron concluir que en 2019, en comparación con 2020, se realizaron más consultas de enfermería presenciales. (1.559.915 frente a 1.375.528) y menos consultas de enfermería fuera del centro (114.213 frente a 169.960). También se constató que en 2019, en comparación con 2020, hubo menos consultas médicas presenciales (1.515.520 frente a 897.217) y más consultas médicas no presenciales (1.231.991 frente a 3.209.095). En cuanto al indicador de tamizaje de cáncer, en 2019, en comparación con 2020, hubo más mujeres con registro de mamografía en los últimos 2 años (1 489 073 versus 1 218 445), más mujeres con Papanicolaou actualizado (2 215 378 versus 1 968 735) y más pacientes inscritas con examen de colon, cribado de cáncer de recto realizado (3.218.745 frente a 3.007.335). En suma, a pesar del objetivo de proteger a la población y garantizar la atención urgente en salud, la reformulación de los sistemas de salud contenía limitaciones en el seguimiento de los usuarios por parte de la atención primaria de salud. Lo cual, seguramente, repercutirá negativamente en el nivel de salud de la población, siendo urgente su recuperación.

The SARS-CoV-2 pandemic has changed dynamics in the health area. Seeking to stop it, fight a state of public calamity and protect and reduce the number of patients admitted to intensive care units, certain exceptional situations were created. Freedoms of movement were restricted, and the health system was reorganized, implying, among others, the postponement of non-urgent consultations. Considering the above, a study was carried out with the aim of verifying the impact of the pandemic on the number of consultations carried out and on compliance with the oncological screening program of Portuguese primary healthcare. A comparative analysis of the results obtained was carried out, for each of the indicators, in 2019 and in 2020. The data obtained allowed us to conclude that in 2019, when compared to 2020, there were more face-toface nursing consultations (1 559 915 versus 1 375 528) and fewer non-face-to-face nursing consultations (114 213 versus 169 960). It was also found that in 2019, compared to 2020, there were fewer face-to-face medical consultations (1 515 520 versus 897 217) and more non-face-to-face medical consultations (1 231 991 versus 3 209 095). Regarding the cancer screening indicator, in 2019, compared to 2020, there were more women with a mammography record in the last 2 years (1 489 073 versus 1 218 445), more women with updated Pap smear (2 215 378 versus 1 968 735) and more enrolled users with colorectal cancer screening performed (3,218,745 versus 3,007,335) In short, despite the objective of protecting the population and guaranteeing urgent health care, the reformulation of health systems entailed constraints in the monitoring of users by primary health care. This will, for sure, negatively impact the health level of the populations, and their recovery is urgently needed.

A pandemia por SARS-CoV-2 alterou dinâmicas na área da saúde. Procurando travá-la, combater um estado de calamidade pública e proteger e diminuir o número de doentes internados em unidades de cuidados intensivos foram criadas e determinadas situações excecionais. Foram restritas liberdades de circulação e reorganizou-se o sistema de saúde, implicando, entre outros, o adiamento de consultas não urgentes. Face ao exposto realizou-se um estudo com o objetivo de verificar o impacto da pandemia no número de consultas realizadas e no cumprimento do programa de rastreio oncológico dos cuidados de saúde primários portugueses. Procedeu-se a uma análise comparativa dos resultados obtidos, para cada um dos indicadores, em 2019 e em 2020. Os dados obtidos permitiram concluir que em 2019, quando comparado com o ano 2020, foram realizadas mais consultas de enfermagem presenciais (1 559 915 versus 1 375 528) e menos consultas de enfermagem não presenciais (114 213 versus 169 960). Também se verificou que em 2019, face a 2020, se realizaram menos consultas médicas presenciais (1 515 520 versus 897 217) e mais consultas médicas não presenciais (1 231 991 versus 3 209 095). Em relação ao indicador de rastreio oncológico, em 2019, face a 2020, contabilizaram-se mais mulheres com registo de mamografia nos últimos 2 anos (1 489 073 versus 1 218 445), mais mulheres com colpocitologia atualizada (2 215 378 versus 1 968 735) e mais utentes inscritos com rastreio do cancro cólon retal realizado (3 218 745 versus 3 007 335). Em suma, apesar de objetivar a proteção da população e garantir cuidados de saúde inadiáveis, a reformulação dos sistemas de saúde encerraram em si constrangimentos no acompanhamento dos utentes pelos cuidados de saúde primários. O que irá, com certeza, impactar negativamente no nível de saúde das populações, sendo urgente a retoma dos mesmos.