Las personas con esquizofrenia y sus familias en la era de la desinstitucionalización: desde las dificultades hacia las potencialidades

Abstract

Con este estudio se pretende investigar la esfera de las vivencias de las personas con esquizofrenia y de sus familiares, identificando las características sociodemográficas y clínicas de las personas con esquizofrenia, bien como las características sociodemográficas de los familiares y las repercusiones de la enfermedad en la familia. Se pretende, de igual forma, explorar la percepción de los enfermeros de atención primaria sobre esquizofrenia e identificar sus intervenciones junto a estos pacientes así como comprender como se establece la articulación entre los enfermeros de atención primaria y los enfermeros del servicio de psiquiatría.

Se trata de un estudio expositivo y exploratorio. Teniendo en cuenta la naturaleza descriptiva del estudio y los objetivos definidos, se ha optado por una metodología que conyugue la utilización de un método mixto, incluyendo métodos cuantitativos y cualitativos.

Los resultados relativos a los pacientes nos permiten evidenciar un perfil sociodemográfico que pone de manifiesto las repercusiones de la enfermedad, pues las características sociodemográficas encontradas nos remeten hacia un entorno social y familiar muy pobre, sobre todo si tenemos en cuenta la media de edad (individuos jóvenes), de quienes se espera una situación profesional y familiar más autónoma, activa, participativa y satisfactoria. Cuanto al perfil clínico, los resultados son preocupantes y ponen en evidencia la carencia de recursos al nivel del tratamiento y de la rehabilitación a pesar de la aparente estabilidad clínica de la muestra.

Con relación a los familiares se concluye que hay necesidad de soporte y ayuda profesional y, eventualmente, de más ayuda y apoyo por parte de otros miembros familiares.

Cuanto al tema de la salud mental en atención primaria este estudio revela que la intervención en salud mental es todavía muy tenue y fundamentada en el modelo biomédico en el que el trabajo es orientado por las técnicas y por la rutina que marca el cuotidiano profesional. La articulación y coordinación entre los dos niveles de asistencia revela padecer de graves insuficiencias.

The purpose of this work is to study the life experience not only of people living with schizophrenia but also of their relatives, identifying their socio-demographic and clinical characteristics such as the impact of the disease in family life. This work aims to study the primary health care nurses’ perception on schizophrenia, to identify the interventions put into practice while working with schizophrenia patients and also to understand how primary health care nurses and psychiatric service nurses cooperate with each other when they are dealing with these patients.

In order to provide a strong theoretical framework, it was necessary to approach topics such as schizophrenia, family and the impact of the disease in family life, mental health in what primary health care is concerned and the role of nursing in a community context.

The present work is a descriptive and exploratory study.

Taking into account the descriptive nature of this study and the aims defined, it was chosen a methodological path that uses a mixt methodology combining quantitative and qualitative methods.

The results obtained from the application of the survey to the patients allowed us to perceive a socio-demographic profile which brings to light the disease repercussions, once the socio-demographic characteristics point out to a very similar social and familiar framework, specially bearing in mind the average age and the youth of the individuals, from whom is expected a more autonomous, active, participative and satisfactory professional and familiar situation.

Despite the clinical sample apparent stability, the results obtained about the clinical profile are disturbing and emphasize the lack of resources in what treatment and rehabilitation are concerned.

In what family is concerned, one may conclude that professional help and support and also help from other family members are needed.

About the topic mental health in primary health care, this study reveals that the interventions in mental health are still very restricted and based on the biomedical model.

The articulation and coordination between the two assistance levels seems to suffer serious inadequacies.

Com este estudo pretendemos investigar a esfera das vivências das pessoas com esquizofrenia e dos seus familiares, identificando as características sociodemográficas e clínicas das pessoas com esquizofrenia, bem como as características sociodemográficas dos familiares e as repercussões da doença na família. Pretendemos, igualmente, explorar as perceções dos enfermeiros dos cuidados de saúde primários sobre esquizofrenia e identificar as intervenções que desenvolvem junto destes doentes, assim como compreender como se processa a articulação entre os enfermeiros dos cuidados de saúde primários e os enfermeiros do serviço de psiquiatria.

Trata-se de um estudo descritivo e exploratório. Tendo em consideração a natureza descritiva do estudo e os objetivos definidos, optámos por um percurso metodológico que conjugue a utilização de uma metodologia mista, envolvendo métodos quantitativos e qualitativos.

Os resultados obtidos pelo questionário aplicado aos doentes permitem-nos evidenciar um perfil sociodemográfico que coloca a manifesto as repercussões da doença, pois as características sociodemográficas encontradas remetem-nos para uma moldura social e familiar muito aplanada, sobretudo se tivermos em conta as médias de idade, com indivíduos jovens, dos quais se espera uma situação profissional e familiar mais autónoma, ativa, participativa e satisfatória. Quanto ao perfil clínico os resultados são preocupantes e colocam em evidência a carência de recursos ao nível do tratamento e da reabilitação apesar da aparente estabilidade clínica da amostra.

Relativamente aos familiares conclui-se pela necessidade de suporte e ajuda profissional e, eventualmente, ajuda e apoio de outros membros familiares.

Quanto ao tema da saúde mental nos cuidados de saúde primários este estudo revela que a intervenção em saúde mental é ainda muito ténue e alicerçada no modelo biomédico em que o trabalho é orientado pelas técnicas e pela rotina que marca o quotidiano profissional. Também a articulação e coordenação entre os dois níveis de assistência revela padecer de graves insuficiencias.