Para além da cota da branquitude: racismo e sexismo como disciplina despótica da economia fabril do Rio de Janeiro (1945-60)

Abstract

O mito da democracia racial se esforça constantemente para ocultar na nossa memória as tensões e as hierarquias raciais. No caso deste artigo, debato como isso afeta a historiografia, sobretudo as da economia e dos mundos do trabalho. Portanto, numa crítica à ausência da experiência negra nas preocupações dos acadêmicos, proponho neste ensaio pensar caminhos teórico-metodológicos para refletirmos sobre o racismo como organizador de oportunidades e desumanizações na disciplina do trabalho fabril no Rio de Janeiro. No entanto, também interpreto atitudes tomadas pela experiência negra como conscientes de percepção e luta contra as imposições da branquitude.

The myth of racial democracy constantly tries to hide from our memory tensions and hierarchies based on race privilege. In this article, I debate how this affects historiography, especially in the areas of economic and labor history. Denouncing the lack of concern among scholars for the black experience, in this essay I propose to consider theorical and methodological ways to reflect on racism as an organizer of opportunities and dehumanization in the discipline at industrial corporations in Rio de Janeiro. I also interpret attitudes taken by blacks as consciousness of the struggle against the impositions of whiteness.