“Com vinagre não se apanha moscas”: trabalhadores rurais, migração, relações raciais e economia em Barra Mansa (1888-1920)

Abstract

O presente artigo tem como intuito discutir a articulação entre pós-abolição, elites agrárias, modificações econômicas e processo de migração nos mundos do trabalho em Barra Mansa-RJ. O trabalho também explora os sentidos de raça, classe e ruralismo no Sul Fluminense de forma geral e na cidade em questão. Articular-se-á os dados dos recenseamentos e periódicos pós-1888 até o início dos anos 1920, entrevistas com descendentes de escravizados locais com o intuito de demonstrar os antagonismos entre colonos e potentados rurais, bem como a migração foi uma forma de resistência por parte de famílias negras do campo em Barra Mansa.

This article aims to discuss the articulation among the post-abolition agrarian elites, economic changes, and the migration process among workers in Barra Mansa, Rio de Janeiro State. It also explores the meanings of race, class, and ruralism in the South of Rio de Janeiro in general and in this city in particular. It utilizes data from censuses and periodicals from 1888 to the early 1920s, as well as interviews with descendants of local slaves, in order to demonstrate the antagonisms between settlers and rural magnates, as well as how migration constituted a form of resistance on the part of black rural families in Barra Mansa.